Não é sempre, mas às vezes levo sustos enormes. É como um
rio que a gente navega, navega, mergulha nele, afoga-se nele, e nem se dá conta
de que o rio é o curso de sua vida. Tenho essa impressão quando concluo algum
texto, às vezes. O engraçado é que há um disfarce medonho, um terreno e tempo
distantes, personagens nunca antes vistas ou sabidas, como se tudo isso
pertencesse ao alheio, ao que não nos diz respeito. E o susto que tomo é este:
saber que nada do que escrevo é alheio, o susto é saber que tudo o que escrevo
diz respeito a mim, mesmo que distante, estranho, escuro, inconcebível,
metamorfoseado em dragão ou em sereia, eu sou a fonte, eu sou o rio que
deságua, para o abismo, para o fim, para o nada.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Entrei aqui para pegar seu endereço de blog e passar para Silvia, constato que meus comentários não estão, creio que está havendo algum problema com o blogspot, pois isto também acontece lá no meu, pedem para que eu instale o Google Crome etc.
ResponderExcluirSua constatação é a de todo grande escritor, pode ter certeza e isso é um elogio, como sempre.
o para el laberinto.
ResponderExcluirabrazo*
silvia